segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Matéria na Folha de Niterói


 Fazendo a sua parte
Professor mobiliza alunos de uma escola pública para atividades sustentáveis

por Alexandre Brasil

   O entusiasmo dos alunos em fazer as tarefas do projeto de educação ambiental “Em Cada Canto um Canteiro Cultivado”, e os resultados alcançados com essas experiências, têm recompensado professores e funcionários da Escola Municipal João Brazil, no Baldeador. O projeto foi idealizado pelo professor de geografia Rogério Lafayette, eleito um dos ícones da educação em 2013 pela UPPES-Sindicato (União dos Professores Públicos no Estado), que chegou à escola em 2007 e logo percebeu que no terreno existiam espaços com solo ociosos, com potencial para serem aproveitados. 
   “Um dia vi da sala de aula os garis colocando as folhas secas do chão – que nas florestas tropicais formam a camada mais rica em nutrientes para as plantas – em sacos de lixo. Era o retrato da cultura do desperdício. A partir daí combinamos, professores e alunos, depositá-las num espaço demarcado e desde então esse foi o nosso grande recurso – o chamado lixo verde – para recuperar o solo e cultivar diversas espécies vegetais”, disse Rogério. 
   O professor completou dizendo que eles passaram também a fazer medições de chuva com pluviômetros caseiros após a chuva de abril de 2010, que afetou bastante o entorno da escola. 
   Além de estarem sempre em contato com a natureza e aprenderem a importância de preservá-la, os alunos têm a possibilidade de levar alimentos saudáveis para suas casas. “Eles aprendem a cultivar e consumir na própria escola, sejam hortaliças, frutas ou raízes (mandioca). É surpreendente quando o trabalho realizado é recompensado com uma boa colheita e os alimentos produzidos, sem agrotóxico, são compartilhados com todos”, relatou o professor. 


    Os alunos não ficam somente presos às atividades extraclasses no quintal da escola. Os professores também os levam para excursões, como a subida do Costão de Itacoatiara e a Trilha das Torres, onde o contato com a natureza é muito forte. E em uma dessas excursões, os alunos obtiveram um resultado que surpreendeu o professor. 
   “O trabalho realizado com as turmas do 7º ano em 2012, quando alguns alunos se envolveram bastante com a revitalização do Rio das Pedras, o valão do morro, foi incrível. Sensibilizados através de pesquisas e trilhas, plantaram árvores em suas margens, fizeram análises da água com um kit-teste do WWMC (World Water Monitoring Challenge) e brilharam nas apresentações em feiras de ciências Municipal e Estadual, onde colheram dezenas de assinaturas num abaixo-assinado para despoluição do rio”, comentou o geógrafo. 
   Vale lembrar que o WWMC, um programa educacional de alcance internacional que promove a conscientização do uso da água em todo o planeta reconheceu e premiou esse trabalho como um dos melhores da América do Sul naquele ano.
   Lafayette aproveitou o espaço e fez um alerta aos pais e às autoridades: “é preciso diminuir o distanciamento dos jovens urbanos em relação à natureza e aos riscos ambientais, através principalmente de práticas voltadas para esse fim. Além disso, o que se vê em muitas escolas hoje são espaços totalmente cimentados, nenhuma atividade com solos, resíduos sem nenhum tratamento, muito gasto de água e energia elétrica”. 
   Com este belo projeto, o professor Rogério não apenas ensina a importância da conscientização sobre o meio ambiente para os jovens, como também mostra a relevância da atitude ao “dobrar as mangas” e fazer a sua parte, independentemente do governo.



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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Dois mil e quatorze

   Foi chegar na escola e achar um milhão! A primeira e única espiga da EMJB, do pé que nasceu na fina camada de folhas secas ao lado do portão dos carros, quase no cimento, durante as férias. Foi um primeiro bom sinal, que depois compartilhei com o Marcos da Secretaria, interessado também nas sementes...

   Eu já imaginava que não sobraria nada na horta com esse clima extremo. Mas foi só chegar e a Graziele (6B do ano passado) já veio ao meu encontro me contando como estava, fazendo as fotos acima e abaixo. Embora impressionante, como nunca vi em todos esses anos - a horta completamente seca - o que valeu foi o interesse no primeiro dia, também um bom sinal... 


   Por outro lado, devido a esse evento climático extremo - semanas de calor intenso e estiagem - e com a contribuição do homem, Niterói está agora mais vulnerável às catástrofes relacionadas a chuvas, com vegetação queimada e solos sem proteção em vários morros da cidade, próximo das águas de março. Nem o morro do Castro escapou aos incêndios...

   
   Hoje a Adriana (7B do ano passado) veio me perguntar se não iríamos instalar os pluviômetros, pois perderíamos a provável chuva do final de semana. Eu nem havia me ligado que serão os primeiros dados do mês, mas gostei de saber que as medições de chuva continuarão, o que foi mais um bom sinal. Graças a ela, os pluviômetros já estão instalados, um no canteiro interno e outro na horta...


   Como disse a Professora Maria Julião, não estamos semeando no deserto! Visita de Elisa e Maiara, novas alunas do Colégio Pedro II Niterói. Foto: Adriana.

Foto: Lutar, resistir, até a portaria cair! 
Enquanto isso, cresce a mobilização de professores contra ataques do governo.
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